quarta-feira, 8 de abril de 2020

Cinekriativa: O Poço

Título original: El hoyo
Distribuidor: Netflix
Nacionalidade: Espanha
Ano: 2020
Duração:  1h 34min 
Gênero: Ficção científica, Terror
Direção: Galder Gaztelu-Urrutia
Elenco: Ivan Massagué, Zorion Eguileor, Antonia San Juan
Classificação: 

Numa prisão de vários andares, uma placa de concreto leva a comida aos detentos que ficam mais acima, deixando os de baixo famintos e desesperados.

Existem três tipos de pessoas. As de cima, as de baixo e as que caem!



O Poço:
É uma prisão vertical, um lugar misterioso cheio de obscuridade e violência. Em cada nível vivem duas pessoas. Todo dia uma plataforma cheia de comida desce parando em cada andar por determinado. Porém, nem todo mundo come somente o suficiente para sobreviver, causando escassez e caos nos níveis abaixo.



Minha Impressão:
Simplesmente impactante! Filme forte, cheio de reflexões e críticas a sociedade e ao instinto humano



Diretor e Atores:
O diretor Galder deixou várias lacunas propositais, conta que o roteiro nasceu para uma peça de teatro, porém como viu um extremo potencial decidiu trabalhar e adaptar para as telonas. Os atores são ótimos e temos pessoas de diferentes personalidades: o novato que chega e vai aprender como funciona, o veterano que está acostumado e se adaptou ao sistema, a rebelde que luta contra, a otimista que acredita que as coisas podem melhorar. São diversas facetas, cada uma mais fascinante que a outra que o deixará refletindo muito tempo depois de ter desligado a TV.



Cenário/Figurino/Música:
Com certeza tudo é bem pensado. De forma simples, temos apenas um lugar nesse filme, que nos traz enclausuramento, mas nem por isso é um filme monótono. Os jogos de cena fazem o filme grotesco e nojento diversas vezes e confesso que tive que fechar aos olhos em algumas partes.




O Final (*SPOILERS*):
Muitas pessoas falam sobre o final e confesso eu mesma após assistir fui procurar maiores explicações. A cena final é cheia de simbologias desde o número 333 até a menina inocente no fundo do poço. Na minha visão, após certo ponto Goreng(personagem principal) já está morto e o que ele encontra seria seu idealismo de como as coisas deveriam ser. Porém, acredito que a panacota foi entregue sim, pois temos a cena do restaurante onde o chefe  confronta os empregados.



Conclusão:
Um filme que nos deixa belas lições e muitas questões: Será que estamos preparados para ter mais empatia com nosso próximo? Ou será que como os detentos do poço se colocados em uma situação como essa deixaríamos nossos instintos animalescos surgir? Reflite e assista. Não se arrependerá!

Trailer:


Curiosidades:
1. Iván Massagué, o ator que interpretou Goreng, precisou perder 12 quilos em tempo recorde: as filmagens estavam programadas para começar em 6 semanas, então ele precisou se apressar para perder os quilos que dariam maior verossimilhança ao personagem.

2. O filme foi filmado em ordem cronológica. Portanto, Iván comeu exatamente da mesma forma que é mostrado na tela: 1 vez por dia em pequenas porções. O ator disse em entrevistas que 3 vezes por dia "a besta veio", porque a fome o fazia ficar de mau humor. Ele usou esse sentimento para conseguir entrar mais no papel.

3. Antonia San Juan tinha pavor de filmar as cenas em que tinha que se aproximar do poço. Em entrevistas, ela explicou que ficava tonta durante as cenas em que o diretor pedia para ela se aproximar da câmera [o que acontecia o tempo todo] para conseguir capturá-la melhor.

4. Iván Massagué diz que sofreu muito na cena em que está todo amarrado. Segundo ele, a pressão dos nós das ataduras e da situação no geral o dominaram. Ele considera essa uma das suas cenas mais difíceis no filme. Enquanto isso, Zorion Eguileor achou todas as cenas "claustrofóbicas".


5. De acordo com o diretor Galder Gaztelu-Urrutia, o filme é uma crítica ao ser humano porque, em sua opinião, somos "uma espécie miserável". "Queríamos confrontar o espectador com egoísmo e indiferença em relação ao sofrimento dos outros", disse ele em entrevista. "O ser humano é, na minha opinião, uma espécie infeliz. O filme fala sobre lutar contra o que somos desde o nascimento: uma bola de egoísmo que chora e chora e pergunta e pergunta", frisou.

6. Para fazer subir a plataforma de comida, havia um dispositivo parecido com um guindaste que foi removido na pós-produção.

7. Segundo informações da produção, o poço do filme tem aproximadamente 2000 metros de profundidade. Levando em consideração que o buraco possui 333 níveis e que cada um tem uma altura de 6 metros, adicionando o “porão” e no nível zero, o buraco mede cerca de 2000 metros. Embora pareça muito profundo, o maior buraco na superfície da Terra é o Kola na Rússia, com 12,3 km de profundidade.

8. Iván Massagué revelou em entrevista que o final do filme não estava decidido pouco antes de rodarem o longa: “Tivemos três finais, que não decidimos até uma semana antes do início das filmagens", esclareceu.


Gostou?
Não esqueça de deixar seu comentário!

Nenhum comentário:

Postar um comentário