quinta-feira, 30 de abril de 2015

Entrevista com a autora Raquel Pagno de Herdeiro da Névoa

Bom Dia,
Hoje trago para vocês uma super entrevista com a autora Raquel Pagno do livro Herdeiro da Névoa, o qual já resenhei por aqui. A Raquel é uma querida e me sinto feliz em poder divulgar um pouco mais sobre seu trabalho aqui no blog. Adorei suas respostas e espero que vocês também gostem.



1 - Quem é Raquel Pagno?
R: Uma apaixonada por livros e histórias.

2- Você lembra quando e como surgiu a sua vocação para a escrita?
R: Não sei se chamar de vocação é o mais apropriado. Rsrs
Aprendi a amar os livros desde criança, antes mesmo de aprender a lê-los. Assim que aprendi a escrever, já brincava de escritora, confeccionando livrinhos com meu material escolar. Acho que a escrita já nasceu comigo e era inevitável seguir por esse caminho.

3 - Quantos livros você já escreveu? E quantos já publicou?
R: Escritos e completos 10, sendo 7 romances, 1 livro de contos, 1 infanto juvenil (parte de uma trilogia que ainda não está concluída) e um que escrevi em parceria com a escritora Íris Albuquerque. Em andamento tenho mais 7, todos romances.
Publicados tenho 3 em Portugal (Seablue, Rubide Sangue/ Legado de Sangue e Herdeiro da Névoa). No Brasil, acaba de ser lançado Senhores dos Sonhos, além das edições nacionais de Seablue e Legado de Sangue.

4- Há algum tema específico sobre o qual você goste de escrever?
R: Eu gosto de tudo o que é sobrenatural. Vampiros, fantasmas, demônios, anjos e por aí vai. Quase todos os meus livros tem algo de sobrenatural, exceto Seablue. 

5 - Como é o seu processo criativo?
R: Ah, a gente senta em frente a uma folha em branco e a coisa flui... (Mentira!!! Quem dera fosse assim! Rsrs).
Bom, na verdade não há uma fórmula, claro. Tem dias que qualquer coisa é motivo para escrever. Em outros, a inspiração não vem de jeito nenhum. Eu acho que sou mais intuitiva mesmo. Geralmente, as melhores idéias me aparecem nos sonhos.  

6 – Qual foi o momento que te marcou mais nessa carreira de escritora?
R: Quando eu quis desistir de tudo, por conta de problemas pessoais e meus colegas escritores, meus parceiros, meus leitores e pessoas das entidades que eu represento me deram força e não me deixaram desistir. Nunca vou esquecer o tamanho do apoio que tive desse meio.

7 - Quando você escreve, já sabe qual será o desfecho da trama ou a história dita as regras?
R: Eu sempre sei o ponto de partida e o de chegada. Os entremeios vão nascendo com a história, ainda que seguindo um determinado roteiro. Mas sempre pode ser alterado, conforme a história vai ganhando forma ou até mesmo depois da betagem. É bem relativo.

8- De onde surgiu a ideia para o livro Herdeiro da Névoa? Pode nos contar um pouquinho sobre ele?
R: Primeiro, da minha vontade de conhecer Paris. Comecei a estudar a cidade para montar uma rota e me apaixonei. Nessa mesma época, conheci uma pessoa, um senhor bem idoso que adorava conversar, e que teve a mesma experiência de Inácio, foi estudar direito na Sorbonne em 1950. Foi a gota d’água que faltava para essa história nascer...
A viagem acabou não rolando e o livro me custou um ano e meio de estudos sobre Paris. No fim, acho que o trabalho ficou “apresentável”. rsrs

9 – O livro Herdeiro da Névoa é ambientado em Paris? Você já teve o privilégio de conhecer essa cidade pessoalmente? Tem vontade?
R: Infelizmente, ainda não. Mas pretendo. 

10 – Na maior parte do seu livro somos pegos pensando se o que acontece é realidade ou fantasia. Como foi para você juntar esses dois gêneros diferentes em um livro: suspense e a fantasia?
R: Nesse pinto, achoq eu é bem tranqüilo pra mim. Bolar as reviravoltas é a melhor parte, deixar o leitor curioso (espero que eu esteja conseguindo fazer isso). O mais difícil é a ambientação. Tanto que alguns dos meus livros não citam nomes de lugares, apenas sugerem, por exemplo, uma cidade do interior, ou litorânea. De resto não tenho grandes dificuldades.

11 – A ideia inicial do livro é quando um jovem brasileiro vai estudar em Paris e se vê “obrigado” a tomar o lugar de outra pessoa. Você já teve vontade de ir estudar fora do país?
R: Sim, quando mais jovem, queria. Atualmente, acho que não mais. Não sou mais tão aventureira, sou medrosa e não sei se me adaptaria a costumes diferentes. Adoro viajar, mas a passeio.

12- Seus personagens são fictícios ou reais? Tem algum preferido?
R: Todos os personagens, de todos os livros são fictícios. Inácio Vaz foi baseado nessa pessoa mencionada acima, mas claro, apenas em alguns pontos.

Uma curiosidade: Uma das coisas que esse senhor adorava contar, era o encontro com a tal moça misteriosa no dia da audição na Sorbonne (no livro Chloé). Ele enfatizava que jamais vira criatura mais linda do que aquela ruiva. Porém, nunca tornou a encontrá-la. Mas procurou por ela durante todos os anos em que permaneceu na cidade luz.

13 - Você acha que a literatura brasileira está sofrendo uma mudança atualmente, as pessoas estão prestigiando mais os autores nacionais? E como anda a qualidade de nossas histórias?
R: Sim, graças a Deus a coisa tem melhorado e muito. Os leitores mais jovens não têm mais aquela mentalidade de que autor brasileiro é chato. Ainda existe preconceito, claro, mas aos poucos, acredito que isso será sanado. 
A qualidade é um problema... Tanto da parte dos autores quanto das editoras, inclusive as grandes, que tratam as obras nacionais de maneira diferente das estrangeiras. 
Tem muita coisa boa por aí, mas também, muita coisa deixa a desejar e esse é um dos fatores que “assustam” o leitor na hora de gastar o seu suado dimdim com um livro nacional.

14 - Você está trabalhando em algum novo projeto atualmente? Pode nos contar um pouquinho mais sobre ele?
R: No momento, meus esforços estão concentrados no lançamento da Terceira edição do Legado de Sangue, que virá de cara nova (\o/) e na coletânea Noites Sombrias, da qual sou um dos organizadores. 
Em breve, teremos mais novidades... Mas estas ainda são segredo.

15 - Que conselho você daria a pessoas que estão começando a escrever suas próprias histórias?
R: Não corra atrás de fórmulas prontas para escrever. Não deixe de estudar sempre, mas enfie na cabeça que escritor tem que ser, acima de tudo, livre em sua arte. Livros mecanizados não despertam emoções, e se não despertar emoção, um livro não vale de nada. 

Para você:
Escrever é... necessário.
Livros são... essenciais.
Inspiração literária... vem de onde menos se espera.
Um livro: O Jogo do Anjo (Caros Ruiz Zafón).
Um personagem: Francesca, do meu Legado de Sangue.
Um(a) autor(a): meu eterno “muso”: Carlos Ruiz Zafón
Um Sonho... só um? Impossível escolher. 

Pessoas, dêem uma chance aos nacionais. Tenho certeza de que vão se surpreender com as maravilhas que vão encontrar. 

Contatos da autora:
Contatos pelo site: www.raquelpagno.com
Ou face: https://www.facebook.com/EscritoraRaquelPagno

2 comentários:

  1. Oi Raquel! ^^
    Eu gostei muito da entrevista. Ainda bem que a mentalidade sobre os autores nacionais está mudando, né?
    Sem dúvida um processo lendo, mas pelo menos está mudando!

    Beijussss;
    https://facebook.com/BlogMenteHipercriativa
    http://hipercriativa.blogspot.com.br/

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  2. Oi, Raquel!
    Gostei bastante da entrevista, e achei a escritora super simpática. Acho que essa perspectiva de que a literatura nacional não é boa está mudando (ainda que lentamente), percebo que já há uma procura maior pelas obras nacionais. Isto é maravilhoso <3 Não conhecia a autora, mas irei pesquisar sobre seus livros.

    Beijos

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