Bom Dia Leitores,
Conforme prometi para vocês hoje sai uma super entrevista com o autor Luis Eduardo Matta do livro As Bem Resolvidas já resenhado aqui no blog. Eu achei o livro super divertido e chique e adorei conhecer um pouquinho mais sobre o autor. Então acompanhem e deixem seus comentários.
Entrevista Leitura Kriativa
1. Quem é Luis Eduardo Matta?
Alguém que ama a literatura e aprecia a simplicidade e o convívio humano.
2. Você lembra quando e como surgiu a sua vocação para a escrita?
Lembro, claro. Foi em janeiro de 1992, aos 17 anos. Eu estava assistindo a uma entrevista de Jorge Amado na televisão. Fiquei tão fascinado pelo depoimento dele, que decidi seguir os mesmos passos. Meu primeiro livro ficou pronto três meses mais tarde e foi lançado no ano seguinte.
3. De onde surgiu a ideia para As Bem Resolvidas? E quanto tempo demorou para concluí-la?
A ideia nasceu do convívio com mulheres ao longo da vida. Sempre fui um observador atento da realidade e um bom ouvinte. Um dia percebi que todo esse material humano poderia servir como matéria-prima para um livro ou uma série de livros que contasse, de forma leve e divertida, um pouco dos dilemas que mulheres e homens estão atravessando hoje em dia. É uma época de desencontros, em que os papéis masculino e feminino dentro dos relacionamentos estão sendo repensado e isso gera muitos conflitos. Da ideia inicial da série até a conclusão do primeiro volume foram cerca de dois anos. Mas a redação propriamente dita levou uns oito meses, durante os quais eu estava escrevendo dois outros livros: “O Diário Perdido de Pernambuco” e “A Outra Face do Desejo”.
4. A história sofreu muitas mudanças ao decorrer desse tempo? Você costuma pedir opinião de outras pessoas enquanto esta escrevendo? De quem?
Sofreu algumas, não muitas. O volume 1 da série me serviu como termômetro e a partir das opiniões das leitoras sobre os personagens, pude identificar os pontos fortes da história e reforçá-los a partir do volume 2, que ainda não foi lançado. Algumas leitoras mais próximas me deram opiniões valiosas: minha namorada e umas três amigas. Além disso, colhi diversas opiniões nas muitas resenhas publicadas sobre o livro na internet.
5. As personagens Alê, Chris e Isa foram inspiradas em alguém? E as cenas que acontecem com elas?
Elas foram inspiradas em muitas mulheres – muitas mesmo – que conheci durante a minha vida. Cada uma delas reúne características de pelo menos umas dez ou quinze. As três representam perfis bem distintos e são mal resolvidas na medida em que não amadureceram totalmente. Elas ainda estão presas a questões que outras garotas da idade dela, teoricamente, superaram e anseiam por autonomia e um sentido de liberdade em suas vidas.
6. Em As Bem Resolvidas você trata de um tema bem delicado também que é o chamado agora bullying. Qual a sua opinião sobre isso? Como vocês acham que os pais e professores deveriam agir?
O bullying é algo terrível, que pode arruinar a vida de uma pessoa para sempre. Ele sempre existiu. Só que de uns tempos para cá começou a receber mais atenção da sociedade. É difícil combatê-lo, pois muitas escolas têm medo de contrariar os pais dos alunos que cometem o bullying e gerar uma crise com eles. Outros acham que é “coisa de adolescente”, que com o tempo passa. Muitos pais hoje em dia não educam direito os seus filhos, passam pouco tempo com eles e, às vezes, nem ficam sabendo que seu filho pratica ou sofre bullying. Vejo mais falatório em torno do tema do que ações efetivas para resolvê-lo. A mesma coisa acontece com os trotes nas universidades. Não entendo porque isso ainda é permitido.
7. Alê e PH são um casal sanfona o qual termina e volta, termina e volta. Você já teve algum tipo de relação assim? Qual seria seu conselho para pessoas que estão vivendo em uma relação assim?
Sei lá, é complicado dar esse tipo de conselho, pois o que é bom para um não funciona com o outro. Além do mais, ninguém manda no coração. Só acho que um namoro deve ser algo construtivo. Um bom relacionamento amoroso se constrói com paixão, atração, respeito, diálogo, confiança e amizade. Sem esses elementos fica difícil haver amor. Se o casal separa e volta o tempo todo, alguma coisa está muito errada. O que eu vejo é que, generalizando um pouco, o homem de hoje não está preparado para dialogar com a mulher contemporânea e isso gera muitos desencontros e insatisfações. Escrevi, alguns anos atrás, um artigo a esse respeito chamado “Amor e relacionamentos em tempos de transição”. Ele está disponível online e creio que, apesar de alguns avanços, a situação permanece igual.
8. Rogério é um rapaz super tímido o que torna difícil a aproximação dele e de Isa. Você também é assim?
Não, mas, ao longo da vida, assisti a muitos relacionamentos que tinham tudo para dar certo não engrenarem por causa de timidez de ambas as partes. Ou então porque o rapaz era tímido e a garota não se mexia, achando que o homem é que sempre tem que tomar a iniciativa. Ficavam os dois a ver navios.
9. Você tem uma preferida entre as 3 bem resolvidas?
Gosto das três da mesma maneira. São como filhas. Aliás, elas têm mesmo idade para ser minhas filhas.
10. O que você deseja passar com a sua história?
Acima de tudo, diversão. Mas também tentar fazer com que os livros funcionem como espelhos para algumas leitoras que poderão enxergar suas inseguranças nas personagens e refletir a partir das atitudes e pensamentos delas para tentar melhorar as próprias vidas.
11. Como foi a escolha para o título do livro e a escolha da capa?
O título surgiu lendo uma matéria numa revista. Não me lembro qual era, nem do que tratava, mas em dado momento surgia o termo “ser bem resolvida” e eu me apropriei dele imediatamente. A capa, assim como todo o projeto gráfico, foi escolha da editora. As fotos foram feitas num iate na Marina da Glória, no Rio. Eu assisti à seção, mas não opinei.
12. Como foi o processo para a publicação de As Bem Resolvidas?
Durante um jantar com os editores da Usina de Letras/Vermelho Marinho, que são meus amigos, mencionei casualmente que estava escrevendo o título piloto de uma série feminina adolescente e eles se interessaram na hora. Meses mais tarde, assim que terminei o livro, entreguei os originais a eles, que leram, gostaram e decidiram publicar.
13. Você acha que a literatura Brasileira esta sofrendo uma mudança atualmente, as pessoas estão prestigiando mais?
Aparentemente, sim. Há bastante gente escrevendo e o brasileiro está lendo cada vez mais. A leitura no Brasil cresceu consideravelmente na última década, o eu inclui a produção nacional.
14. Você está trabalhando em algum novo projeto atualmente?
Em mais de um. Tenho quatro livros finalizados — incluindo o volume 2 de “As Bem Resolvidas” — e estou escrevendo mais dois. Eles serão publicados ao longo dos próximos anos. Neste momento, estou lançando meu novo thriller, “A Outra Face do Desejo”.
15. Que conselho você daria a pessoas que estão começando a escrever suas próprias histórias?
Acho antipático dar conselhos. Mas sugiro que leiam bastante, de tudo, procurem observar o mundo à sua volta para se inspirar e tenham ciência de que escrever é, acima de tudo, trabalhar duro todos os dias, sozinho, sem qualquer glamour. Além disso, sejam pacientes, autocríticos e perseverantes, principalmente durante a criação do livro. A maioria das pessoas que começam uma história nunca chega a concluí-la.
Para você:Escrever é uma paixão.
Livros são grandes companheiros e ótimos conselheiros
Inspiração Literária é um estado permanente desde que nos programemos para observar a vida lá fora.
Um livro: O idiota, de Dostoievski.
Um personagem: Miss Marple
Um(a) autor(a): Jorge Amado
As Bem Resolvidas é uma grande alegria para mim como escritor
Um Sonho: ver o Brasil se tornar um país de leitores.
Quer deixar um recado para os leitores? Desliguem a televisão, se afastem um pouquinho da internet e leiam livros. É muito mais divertido, emocionante e surpreendente.
Mais informações:
Meu site www.lematta.com e o site da série As Bem Resolvidas: www.asbemresolvidas.com. Eles estão repletos de informações, de indicações de onde comprar meus livros e em ambos há formulários de contato por meio dos quais os leitores podem me escrever.
Obrigada mais uma vez ao autor por me dar a oportunidade de conhecer seu livro adorei muito e desejo muito sucesso na sua carreira.
Raquel Machado |
Ah, que linda a entrevista, Raquel! O Luis Eduardo é muito simpático e as respostas que ele deu foram ótimas. <3
ResponderExcluirE o mais legal é que ele foi incentivado pelo Jorge Amado! Que incrível!
Um beijo,
Luara - Estante Vertical
Oi flor, gostei muito da entrevista e até fiquei com vontade de conhecer “Amor e relacionamentos em tempos de transição”.
ResponderExcluirbeijos Mila
Resenha no blog ^^
http://www.dailyofbooks.blogspot.com.br/
Parabéns pela entrevista Raquel! Já li O Véu, 120 Horas e As Bem Resolvidas do Luis Eduardo Matta e curti bastante. Beijo!
ResponderExcluirParabéns pela entrevista!
ResponderExcluirAdorei seu blog, seguindo, claro!
Beijos
http://www.verbosdiversos.com/
Adorei.
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